Questões de Português do ano 2015 do ENEM

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Listagem de Questões de Português do ano 2015 do ENEM

#Questão 850304 - Português, Interpretação de Textos, INEP, 2015, ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

TEXTO I


Versos de amor


A um poeta erótico

Oposto ideal ao meu ideal conservas.

Diverso é, pois, o ponto outro de vista

Consoante o qual, observo o amor, do egoísta

Modo de ver, consoante o qual, o observas.

Porque o amor, tal como eu o estou amando,

É Espírito, é éter, é substância fluída,

É assim como o ar que a gente pega e cuida,

Cuida, entretanto, não o estar pegando!

É a transubstanciação de instintos rudes,

Imponderabilíssima, e impalpável,

Que anda acima da carne miserável

Como anda a garça acima dos açudes!

ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996 (fragmento).


TEXTO II


Arte de amar


Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.

A alma é que estraga o amor.

Só em Deus ela pode encontrar satisfação.

Não noutra alma.

Só em Deus — ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.


Os Textos I e II apresentam diferentes pontos de vista sobre o tema amor. Apesar disso, ambos definem esse sentimento a partir da oposição entre

#Questão 850305 - Português, Interpretação de Textos, INEP, 2015, ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

— Não, mãe. Perde a graça. Este ano, a senhora vai ver. Compro um barato.

— Barato? Admito que você compre uma lembrancinha barata, mas não diga isso a sua mãe. É fazer pouco-caso de mim.

— Ih, mãe, a senhora está por fora mil anos. Não sabe que barato é o melhor que tem, é um barato!

— Deixe eu escolher, deixe...

— Mãe é ruim de escolha. Olha aquele blazer furado que a senhora me deu no Natal!

— Seu porcaria, tem coragem de dizer que sua mãe lhe deu um blazer furado?

— Viu? Não sabe nem o que é furado? Aquela cor já era, mãe, já era!

ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998.


O modo como o filho qualifica os presentes é incompreendido pela mãe, e essas escolhas lexicais revelam diferenças entre os interlocutores, que estão relacionadas

#Questão 850306 - Português, Interpretação de Textos, INEP, 2015, ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

O peru de Natal


O nosso primeiro Natal de família, depois da morte de meu pai acontecida cinco meses antes, foi de consequências decisivas para a felicidade familiar. Nós sempre fôramos familiarmente felizes, nesse sentido muito abstrato da felicidade: gente honesta, sem crimes, lar sem brigas internas nem graves dificuldades econômicas. Mas, devido principalmente à natureza cinzenta de meu pai, ser desprovido de qualquer lirismo, duma exemplaridade incapaz, acolchoado no medíocre, sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida, aquele gosto pelas felicidades materiais, um vinho bom, uma estação de águas, aquisição de geladeira, coisas assim. Meu pai fora de um bom errado, quase dramático, o puro-sangue dos desmancha-prazeres.

ANDRADE, M. In: MORICONI, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. São Paulo: Objetiva, 2000 (fragmento).


No fragmento do conto de Mário de Andrade, o tom confessional do narrador em primeira pessoa revela uma concepção das relações humanas marcada por

#Questão 850307 - Português, Interpretação de Textos, INEP, 2015, ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL


A palavra inglesa "involution" traduz-se como involução ou regressão. A construção da imagem com base na combinação do verbal com o não verbal revela a intenção de

#Questão 850308 - Português, Interpretação de Textos, INEP, 2015, ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

TEXTO I


Voluntário

Rosa tecia redes, e os produtos de sua pequena indústria gozavam de boa fama nos arredores. A reputação da tapuia crescera com a feitura de uma maqueira de tucum ornamentada com a coroa brasileira, obra de ingênuo gosto, que lhe valera a admiração de toda a comarca e provocara a inveja da célebre Ana Raimunda, de Óbidos, a qual chegara a formar uma fortunazinha com aquela especialidade, quando a indústria norte-americana reduzira à inatividade os teares rotineiros do Amazonas.

SOUSA, I. Contos amazônicos. São Paulo: Martins Fontes, 2004.


TEXTO II


Relato de um certo oriente

Emilie, ao contrário de meu pai, de Dorner e dos nossos vizinhos, não tinha vivido no interior do Amazonas. Ela, como eu, jamais atravessara o rio. Manaus era o seu mundo visível. O outro latejava na sua memória. Imantada por uma voz melodiosa, quase encantada, Emilie maravilha-se com a descrição da trepadeira que espanta a inveja, das folhas malhadas de um tajá que reproduz a fortuna de um homem, das receitas de curandeiros que veem em certas ervas da floresta o enigma das doenças mais temíveis, com as infusões de coloração sanguínea aconselhadas para aliviar trinta e seis dores do corpo humano. "E existem ervas que não curam nada ", revelava a lavadeira, “mas assanham a mente da gente. Basta tomar um gole do líquido fervendo para que o cristão sonhe uma única noite muitas vidas diferentes". Esse relato poderia ser de duvidosa veracidade para outras pessoas, mas não para Emilie.

HATOUM, M. São Paulo: Cia. das Letras, 2008.


As representações da Amazônia na literatura brasileira mantêm relação com o papel atribuído à região na construção do imaginário nacional. Pertencentes a contextos históricos distintos, os fragmentos diferenciam-se ao propor uma representação da realidade amazônica em que se evidenciam

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