Listagem de Questões Concurso SF
Desde os últimos anos do século XX, a Organização das Nações Unidas (ONU) não vive seus melhores momentos. Nascida no pós-Segunda Guerra Mundial, atravessou os anos tensos da Guerra Fria, interferiu em conflitos localizados em várias partes do planeta, expandiu sua atuação técnica e viu ampliar, de maneira considerável, o número de seus integrantes. Todavia, na maturidade de seus mais de cinqüenta anos de existência, é alvo de críticas das mais variadas naturezas e, na confluência dos séculos XX e XXI, encontra sérias dificuldades para exercer seu papel de mediadora de divergências e de mantenedora da paz e da segurança mundiais.
Para muitos analistas, a longevidade da ONU, ao contrário da inócua e breve Liga das Nações que a antecedeu, deve-se ao realismo político que presidiu sua criação e o estabelecimento de sua estrutura organizacional: desse realismo é que teria surgido um Conselho de Segurança claramente subordinado aos interesses das grandes potências, de que o assento permanente e o direito ao veto seriam pontos essenciais.
A expansão de "sua atuação técnica", referida no texto, fez-se por meio de agências e órgãos especializados, os quais, sob a chancela da ONU e com o aporte financeiro dos Estados-membros, tratam de executar programas e projetos com o objetivo prioritário de modificar os dramáticos índices sociais da maior parte do planeta; nesse caso, podem ser citados, entre outros, FAO, UNICEF, UNESCO e PNUD.
A ONU tem sido criticada pelo gigantismo de sua máquina burocrática, que amplia o custo de sua manutenção e a torna menos ágil, e pelo populismo esquerdista de suas atitudes: esse é o discurso prevalecente entre os falcões norte-americanos, normalmente identificados com os setores mais conservadores do Partido Republicano e que defendem uma ação internacional mais enérgica dos EUA na defesa dos interesses nacionais. A retirada dos EUA da UNESCO é um exemplo desse tipo de pensamento.
A Assembléia Geral é vista como o mais democrático fórum da ONU; nela, têm assento, em absoluta condição de igualdade, todos os Estados que integram a Organização. Essa característica torna-se ainda mais expressiva quando se sabe que as decisões da Assembléia Geral são imperativas, não apenas indicativas, o que amplia sua força na execução das resoluções aprovadas.
É provável que o Conselho de Segurança tenha modificada sua estrutura em futuro próximo; nesse caso, a pretensão brasileira de assumir uma cadeira permanente no órgão deverá se concretizar, já que conta há bastante tempo com o apoio formal dos EUA e, agora, também da Rússia, sem falar na discreta e histórica concordância da chancelaria argentina.
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