Questões Concurso Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP

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O delírio de ruína ou culpa do indivíduo com depressão grave é compreensível e derivável psicologicamente de estado de humor alterado de forma profunda; constitui mais um aspecto, mais uma dimensão que o humor depressivo adquire. Este estado de humor alterado de forma profunda na depressão é denominado: 

JAROSLAV HASEK 1883 - 1923

Mestre da sátira política, Jaroslav Hasek foi chamado de o Mark Twain da literatura tcheca. A crítica ácida da monarquia e os relatos bem-humorados sobre a vida dos tchecos no Império Austro-Húngaro estão impregnados em seus esquetes e histórias. As narrativas são estudos profundos da personalidade humana, tendo como alvo o chamado heroísmo dos dignitários austro-húngaros, zombando do seu nacionalismo e das convenções impostas. Crítico inflamado da injustiça social, Hasek tornou-se um dos principais colaboradores da Anarchist Press, escrevendo libelos contra o império para a Juventude Progressista. Contos como The Gipsy’s Funeral ou Três esquetes da planície húngara” davam voz a várias nações e nacionalidades que viviam sob o jugo do Império Habsburgo. Hasek também zombava dos excessos da Igreja Católica, que via como o principal legislador do governo imperial.

Embora Hasek tenha escrito mais de 1.000 histórias, È famoso pelo romance As aventuras do bravo soldado Schweik, uma colagem de esquetes e histórias sobre Schweik (que apareceu pela primeira vez em um conto de 1912), o comediante e filósofo do povo, cujo grande coração e desejo excessivo de servir o Exército na Primeira Guerra Mundial viraram as convenções de cabeça para baixo. Embora seja considerado o idiota do regimento, suas tiradas de duplo sentido parodiam as atitudes contraditórias dos oficiais. Por meio de incontáveis aventuras e anedotas, ele não apenas desvia a atenção do assunto mais importante, a guerra, mas também exp?e implacavelmente as fraquezas do império a que ele humildemente serve. Com exceção do tenente Lukas, que tolera pacientemente os excessos cômicos, e às vezes perigosos de Schweik, os oficiais servem apenas como objeto para a astuta crítica de Husek ao domínio imperial.

(PATRICK, Julian. 501 Grandes Escritores. Rio de Janeiro: Sextante, 2009, p. 287). 


De acordo com o autor do texto, analise os itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa correta:
I – Hasek fazia relatos bem-humorados sobre a vida dos alemães.
II – Os escritos de Hasek contemplavam a personalidade humana.
III – Hasek zombava do nacionalismo.

Segundo os sistemas classificatórios CID10 e DSM-IV, os delírios bizarros, implausíveis no contexto sociocultural do paciente, têm valor diagnóstico mais importantes que os delírios não-bizarros, para identificar:

Deve-se acrescentar, aos três indicativos ou características externas do delírio descritas por Jaspers, uma quarta característica, que ajuda a diferenciar o delírio de determinadas crenças culturais: Assinale a alternativa que demonstra essa característica específica.

O fim do mundo

A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam, meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas tanto temiam. Nada disso se entendia comigo: o mundo era delas, o cometa era para elas: nós, crianças, existíamos apenas para brincar com as flores da goiabeira e as cores do tapete. Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol, e, estremunhada, levaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa. Aquilo que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andavam tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum. Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez eu tenha ficado um pouco triste – mas que importância tem a tristeza das crianças? Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. Deve ter mesmo muitos, inúmeros, pois em redor de mim as pessoas mais ilustres e sabedoras fazem cada coisa que bem se vê haver um sentido do mundo peculiar a cada um. Dizem que o mundo termina em fevereiro próximo. Ninguém fala em cometa, e é pena, porque eu gostaria de tornar a ver um cometa, para verificar se a lembrança que conservo dessa imagem do céu é verdadeira ou inventada pelo sono dos meus olhos naquela noite já muito antiga. O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros. Por que fizemos voto de pobreza ou assaltamos os cofres públicos – além dos particulares. Por que mentimos tanto, com palavras tão judiciosas. Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica. Se o fim do mundo for mesmo em fevereiro, convém pensarmos desde já se utilizamos este dom de viver da maneira mais digna. Em muitos pontos da terra há pessoas, neste momento, pedindo a Deus – dono de todos os mundos – que trate com benignidade as criaturas que se preparam para encerrar a sua carreira mortal. Há mesmo alguns místicos – segundo leio – que, na Índia, lançam flores ao fogo, num rito de adoração. Enquanto isso, os planetas assumem os lugares que lhes competem, na ordem do universo, neste universo de enigmas a que estamos ligados e no qual por vezes nos arrogamos posições que não temos – insignificantes que somos, na tremenda grandiosidade total. Ainda há uns dias a reflexão e o arrependimento: por que não os utilizaremos? Se o fim do mundo não for em fevereiro, todos teremos fim, em qualquer mês…
Cecília Meireles


Assinale a alternativa que apresenta a sentença pontuada corretamente.

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