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#Questão 1053492 - Português, Interpretação de Textos, Instituto Consulplan, 2022, Prefeitura de Jequié - BA, Profissional de Apoio Escolar para atuar em Classes Comuns e/ou Educação Infantil

Memórias de um aprendiz de escritor

    Escrevo há muito tempo. Costumo dizer que, se ainda não aprendi – e acho que não aprendi, a gente nunca para de aprender – não foi por falta de prática. Porque comecei muito cedo. Na verdade, todas as minhas recordações estão ligadas a isso, a ouvir e contar histórias. Não só as histórias dos personagens que me encantam, o Saci-Pererê, o Negrinho do Pastoreio, a Cuca, Hércules, Teseu, os Argonautas, Mickey Mouse, Tarzan, os Macabeus, os piratas, Tom Sawyer, Sacco e Vanzetti. Mas também as minhas próprias histórias, as histórias de meus personagens, estas criaturas reais ou imaginárias com quem convivi desde a infância.

    Na verdade, eu escrevi acima. Verdade é uma palavra muito relativa para um escritor de ficção. O que é verdade, o que é imaginação? No colégio onde fiz o segundo grau, o Júlio de Castilhos, havia um rapaz que tinha fama de mentiroso. Fama, não; ele era mentiroso. Todo mundo sabia que ele era mentiroso. Todo mundo, menos ele. 

    Uma vez, o rádio deu uma notícia alarmante: um avião em dificuldade sobrevoava Porto Alegre. Podia cair a qualquer momento. Fomos para o colégio, naquele dia, preocupados; e conversávamos sobre o assunto, quando apareceu ele, o mentiroso. Pálido:

     – Vocês não podem imaginar! 

    Uma pausa dramática, e logo em seguida:

     – Sabem este avião que estava em perigo? Caiu perto da minha casa. Escapamos por pouco. Gente, que coisa horrível! E começou a descrever o avião incendiando, o piloto gritando por socorro... Uma cena impressionante. Aí veio um colega correndo, com a notícia: o avião acabara de aterrizar, são e salvo. Todo mundo começou a rir. Todo mundo, menos o mentiroso:

    – Não pode ser! – Repetia, incrédulo, irritado. – Eu vi o avião cair!

     Agora, quando lembro este fato, concluo que não estava mentindo. Ele vira, realmente, o avião cair. Com os olhos da imaginação, decerto; mas para ele o avião tinha caído, e tinha incendiado, e tudo mais. E ele acreditava no que dizia, porque era um ficcionista. Tudo que precisava, naquele momento, era um lápis e papel. Se tivesse escrito o que dizia, seria um escritor; como não escrevera, tratava-se de um mentiroso. Uma questão de nomes, de palavras.

(SCLIAR, Moacyr. Memórias de um aprendiz de escritor. Editora Ibep Nacional. 2005.)


De acordo com a conjuntura textual, é correto afirmar que:

Texto para responder à questão.


Bem-formada, nova geração chega mal-educada às empresas, diz filósofo


BBC Brasil – Qual é o papel dos pais para que a busca pelo propósito dos jovens seja mais realista?

Mario Sergio Cortella – Alguns pais e mães usam uma expressão que é “quero poupar meus filhos daquilo que eu passei”. Sempre fico pensando: mas o que você passou? Você teve que lavar louça? Ou está falando de cortar lenha? Você está poupando ou está enfraquecendo? Há uma diferença. Quando você poupa alguém é de algo que não é necessário que ele faça.

    Tem coisas que não são obrigatórias, mas são necessárias. Parte das crianças hoje considera a tarefa escolar uma ofensa, porque é um trabalho a ser feito. Ela se sente agredida que você passe uma tarefa.

    Parte das famílias quer poupar e, em vez de poupar, enfraquece. Estamos formando uma geração um pouco mais fraca, que pega menos no serviço. Não estou usando a rabugice dos idosos, ‘ah, porque no meu tempo’. Não é isso, é o meu temor de uma geração que, ao ser colocada nessa condição, está sendo fragilizada.

(Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-36959932.)




No título do texto “Bem-formada, nova geração chega mal- -educada às empresas, diz filósofo”, o sinal indicativo de crase justifica-se:

Até o século XVIII, pode-se afirmar que prevaleceu a concepção dos gêneros literários conhecida como “concepção clássica” em que havia uma divisão rígida dos gêneros, elementos de um gênero não se misturavam de forma alguma com os do outro. Leia o fragmento a seguir: 
Voltei-me para ela; Capitu tinha os olhos no chão. Ergueu-os logo, devagar, e ficamos a olhar um para o outro… Confissão de crianças, tu valias bem duas ou três páginas, mas quero ser poupado. Em verdade, não falamos nada; o muro falou por nós. Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se. Não marquei a hora exata daquele gesto. Devia tê-la marcado; sinto a falta de uma nota escrita naquela mesma noite, e que eu poria aqui com os erros de ortografia que trouxesse, mas não traria nenhum, tal era a diferença entre o estudante e o adolescente. Conhecia as regras do escrever, sem suspeitar as do amar; tinha orgias de latim e era virgem de mulheres. Não soltamos as mãos, nem elas se deixaram cair de cansadas ou de esquecidas. Os olhos fitavam-se e desfitavam-se, e depois de vagarem ao perto, tornavam a meter-se uns pelos outros… (ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Ática, 1994, p. 30-31.)
Considerando o enunciado acerca dos gêneros literários e o fragmento apresentado, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) O fragmento apresentado está em conformidade com o exposto na afirmativa feita no enunciado da questão. ( ) A tragédia, uma das espécies do gênero dramático tal como concebido até o Romantismo, é exemplificada por meio do fragmento anterior, ainda que de forma híbrida. ( ) Observa-se a presença de elementos que caracterizam o estilo lírico no fragmento destacado, denotando um afastamento da concepção clássica quanto aos gêneros literários.
A sequência está correta em 

Considerando o trecho “Quando você poupa alguém é de algo que não é necessário que ele faça.”, assinale a alternativa que apresenta forma verbal com a mesma função quanto à transitividade verbal observada em relação ao verbo “poupar”.

Leia a tirinha a seguir:


Imagem associada para resolução da questão


Em “Amizade é como ter um irmão que não mora na mesma casa!”, a palavra destacada exprime ideia de:

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