Listagem de Questões de Psicologia
Segundo a autora da técnica diagnóstica "Hora do Jogo", quando o objetivo é diagnosticar problema de aprendizagem, o material utilizado é por excelência não figurativo porque:
o objetivo é prestar atenção apenas ao conteúdo projetivo, como uma forma consagrada e retransmissão de conteúdos;
é um material idêntico ao utilizado nas brincadeiras cotidianas realizadas por pais e filhos;
facilita a aproximação da criança com o terapeuta, num processo de identificação que culmina com um desabrochar de aptidões e emoções;
impede que a criança disperse a atenção, concentrando-a na atividade desenvolvida, para medir a capacidade de introspecção;
a finalidade é prestar atenção ao processo de construção do simbólico mais do que ao conteúdo projetivo que possa aparecer no trabalho.
Ao elaborar a sessão diagnóstica a qual denominou "Hora do Jogo", Sara Pain adotou como material, uma caixa contendo:
paralelepípedos (blocos) de construção, cartões, fita adesiva, clips, tesouras, cordões, cartolina, papéis coloridos, tintas, esponjas, massa plástica e percevejos, eventualmente são acrescentadas miniaturas de personagens e animais;
cinqüenta e quatro miniaturas de animais, além de pregos, martelo, chave de fenda e vários outros materiais utilizados por adultos em seus trabalhos de artesanato;
cento e trinta cartões, dez varetas de madeira e vinte e sete fichas nas cores verde e vermelha;
material de sucata, jogos convencionais e dez varetas de madeira, além de material reciclável como latas, vidros e vasilhames de plástico;
miniaturas de objetos próprios da casa, como casinhas, caminhas, pequenos armários, cadeirinhas, joguinhos de estofados, sempre muito coloridos e alegres.
Uma sessão lúdica distingue-se da sessão terapêutica porque:
no trabalho terapêutico o brincar implica infantilizar o aprendente, ao passo que no trabalho lúdico o brincar implica fazer o aprendente crescer e amadurecer;
a sessão lúdica diagnóstica é extremamente livre e a terapêutica é marcadamente limitadora;
na sessão terapêutica não há espaço para o lúdico, pois ela dispersa a atenção do aprendente;
na sessão lúdica o processo de brincar ocorre espontaneamente, e na terapêutica existem limites mais definidos, podem ser feitas intervenções provocadoras;
o lúdico, por suas condições favoráveis à espontaneidade e à liberdade, distorce o processo terapêutico.
O processo lúdico é fundamental no trabalho psicopedagógico porque:
possibilita ao terapeuta conhecer a família do aprendente em suas condições ambientais;
é impossível realizar o trabalho sem a utilização dos jogos e brincadeiras;
no processo lúdico, estando a criança em interação com o outro e com o meio, dá-se a aprendizagem;
delimita nitidamente o aprender e o brincar, criando as condições ideais para o crescimento social;
faz que a criança viva plenamente a infância e, com isso, já possa ir se revelando como um adulto equilibrado e integrado.
No ato de brincar, a criança constrói um espaço de experimentação, de transição entre o mundo interno e externo. Podemos dizer que o processo lúdico é fundamental para:
a criança brincar com o seu brinquedo predileto, de preferência o mesmo que utiliza em casa;
a criança poder se comunicar, se revelar;
aproximar cada vez mais a criança do mundo infantil;
solidificar os vínculos familiares;
humanizar o terapeuta.
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