Questões de Português da Instituto Consulplan

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Listagem de Questões de Português da Instituto Consulplan

O excerto contextualiza as questão. Leia-o atentamente. 


        Existe uma regra de ouro na Linguística que diz: “só existe língua se houver seres humanos que a falem”. E o velho e bom Aristóteles nos ensina que o ser humano “é um animal político”. Usando essas duas afirmações como termos de um silogismo (mais um presente que ganhamos de Aristóteles), chegamos à conclusão de que “tratar da língua é tratar de um tema político”, já que também é tratar de seres humanos. Por isso, o leitor e a leitora não deverão se espantar com o tom marcadamente politizado de muitas das minhas afirmações. É proposital; aliás, é inevitável. Temos de fazer um grande esforço para não incorrer no erro milenar dos gramáticos tradicionalistas de estudar a língua como uma coisa morta, sem levar em consideração as pessoas vivas que a falam.

        O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo... também a gramática não é a língua.

        A língua é um enorme iceberg flutuando no mar do tempo, e a gramática normativa é a tentativa de descrever apenas uma parcela mais visível dela, a chamada norma culta. Essa descrição, é claro, tem seu valor e seus méritos, mas é parcial (no sentido literal e figurado do termo) e não pode ser autoritariamente aplicada a todo o resto da língua – afinal, a ponta do iceberg que emerge representa apenas um quinto do seu volume total. Mas é essa aplicação autoritária, intolerante e repressiva que impera na ideologia geradora do preconceito linguístico.

(BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 49. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2007, pp. 09-10.)



Para explicar a incompletude da descrição gramatical da língua, o autor utiliza a figura de linguagem denominada: 

O excerto contextualiza a questãao. Leia-o atentamente.


        Gore Vidal dividiu a humanidade entre os que amam Roma e os que a detestam. Fidel Castro, mais prático, dividiu a espécie humana entre aqueles que fumam charuto com anel ou sem anel. Esqueceu os que não fumam charuto. Na opinião dele, quem não fumava charuto não merecia pertencer à humana espécie. Adotando o radicalismo de Gore Vidal e de Fidel Castro, prefiro dividir homens e mulheres entre aqueles que têm medo do vento e aqueles não o temem.

(CONY, Carlos Heitor. Eu e a brisa. In: PINTO, Manuel da Costa (Org.). Crônica brasileira contemporânea. São Paulo: Moderna, 2008. p. 34. Adaptado.)



Compreende-se corretamente desse excerto de texto, EXCETO: 

Do ponto de vista da coesão textual, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.


( ) Em “[...] prefiro dividir homens e mulheres [...]”, o sintagma sujeito não está oculto, já que se trata do narrador do texto.

( ) Em “na opinião dele [...]”, há um elemento de coesão responsável por substituir um referente expresso anteriormente; assim como ocorre em “[...] não o temem”.

( ) Em “Fidel Castro, mais prático, dividiu a espécie humana [...]”, o sintagma sujeito está explícito; diferentemente, em “Esqueceu os que não fumam charuto.”, o sintagma sujeito está implícito, mas é o mesmo da oração anterior.

( ) Em “[...] não merecia pertencer à humana espécie.”, se a ordem das palavras no sintagma “à humana espécie” fosse alterada, não haveria o acento grave, indicativo de crase; logo, a reconstrução correta do sintagma seria “a espécie humana”.


A sequência correta está em

Em relação ao emprego dos tempos verbais, é possível ao enunciador modalizar seu discurso para que alcance os resultados de sentido desejados. Considerando o exposto anteriormente, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.


( ) A partir do emprego do pretérito perfeito, fatos são apresentados sistematicamente, contribuindo para a apresentação do tema.

( ) O modo subjuntivo foi empregado predominantemente no último parágrafo em decorrência da expressão do ponto de vista do enunciador.

( ) A partir do emprego do presente do indicativo, apresentam-se fatos tidos como verdadeiros, mas que não ocorreram necessariamente no momento da enunciação.


A sequência está correta em

Cidadania


        Com base na trajetória histórica inglesa, o sociólogo T. H. Marshall estabeleceu uma divisão dos direitos de cidadania em três estágios. O primeiro ocorre com a conquista dos direitos civis (garantia das liberdades individuais, como a possibilidade de pensar e de se expressar de maneira autônoma), da garantia de ir e vir e do acesso à propriedade privada. A conquista desses direitos foi influenciada pelas ideias iluministas e resultou da luta contra o absolutismo monárquico do Antigo Regime. Esse processo teve como resultado maior o advento da isonomia, ou seja, da igualdade jurídica.

        O segundo estágio refere-se aos direitos políticos, entendidos como a possibilidade de participação da sociedade civil nas diversas relações de poder presentes em uma sociedade, em especial a possibilidade de escolher representantes ou de se candidatar a qualquer tipo de cargo, assim como de se manifestar em relação a possíveis transformações a serem realizadas. Os direitos políticos têm relação direta com a organização política dos trabalhadores no final do século XIX. Ao buscar melhores condições de trabalho, eles se utilizaram de mecanismos da democracia – por exemplo, a organização de partidos e sindicatos – como modo de fazer valer seus direitos.

        Por fim, o terceiro estágio corresponde aos direitos sociais vistos como essenciais para a construção de uma vida digna, tendo por base padrões de bem-estar socialmente estabelecidos, como educação, saúde, lazer e moradia. Esses direitos surgem em decorrência das reivindicações de diversos grupos pela melhora da qualidade de vida. É o momento em que cidadãos lutam por melhorias no sistema educacional e de saúde pública, pela criação de áreas de lazer, pela seguridade social etc.

        Por ter sido construída tendo como referência o modelo inglês, a tipologia cronológica de Marshall recebeu críticas ao ser aplicada como modelo universal.

        Ao longo desse percurso, muitas constituições, como a estadunidense (1787) e a francesa (1791), preconizaram o respeito aos direitos individuais e coletivos, o que hoje é incorporado pelas instituições de diversos países. Podemos destacar outras iniciativas que tinham o mesmo objetivo, como a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948).

        E o que define hoje um cidadão? De acordo com Marshall, cidadão é aquele que exerce seus direitos civis, políticos e sociais de maneira efetiva. Percebe-se que o conceito de cidadania está em permanente construção, pois a humanidade se encontra sempre em luta por mais direitos, maior liberdade e melhores garantias individuais e coletivas. Ser cidadão, portanto, significa ter consciência de ser sujeito de direitos – direito à vida, ao voto, à saúde, enfim, direitos civis, políticos e sociais.

(SILVA, A. et al. Sociologia em movimento. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2016.)



“Percebe-se que o conceito de cidadania está em permanente construção, pois a humanidade se encontra sempre em luta por mais direitos, maior liberdade e melhores garantias individuais e coletivas.” (6º§) Considerando as relações sintáticas do período anterior, pode-se afirmar que integra sua composição: 

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