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Leia o trecho abaixo:
“Como estava demorando, procurei saber a razão do atraso e falei que era deficiente. Tinha direito à prioridade por lei. A atendente chamou meu marido, sem se dirigir a mim, e disse que lá todo mundo era preferencial. Quando vamos ao restaurante, perguntam a ele o que eu quero, e não a mim”
A partir desse depoimento, pode-se inferir que as pessoas não se dirigem a ela e sim ao marido, EXCETO:

DRIBLO MINHAS LIMITAÇÕES
Nathalia Santos, 30, como é ser cega e atuar como assistente de
direção da novela Todas as Flores, da Globo

    SEMPRE FUI FASCINADA pela televisão, mas não me via trabalhando na área. Aconteceu por acaso. Dez anos atrás, Regina Casé cutucou no Twitter: “Quem quiser ir ao Esquenta, comenta aqui”. Eu comentei, acabei indo ao programa e fiz um tour pelos bastidores. Eles tinham uma biblioteca itinerante com um livro de Jorge Amado em braile, e Regina perguntou se alguém na plateia conseguiria fazer a leitura. Me candidatei. Ela aí quis saber como havia aprendido braile e respondi que era cega, o que ela ainda não tinha notado. “Como assim, cega?”, disse com aquela espontaneidade dela. Ficamos amigas e ali começou minha história no mundo do entretenimento. Virei pesquisadora do Esquenta, depois engatei em programas jornalísticos, até chegar à função atual – assistente de direção de uma novela, a primeira com minha deficiência na história da emissora.
      Driblo obstáculos o tempo todo. O mundo ainda não está preparado para quem não enxerga. Meu trabalho só é possível graças ao time que me ajuda em vários terrenos, a começar pelas adaptações físicas que fizeram para que eu possa desempenhar minhas tarefas. O pessoal da cenografia, por exemplo, criou plantas dos cenários em alto relevo, para me familiarizar com o ambiente onde atuo. A equipe de figurino produziu pranchas com detalhadas descrições, e a turma de sistemas de tecnologia personalizou programas para uso do leitor de tela. Instalaram também um piso tátil no caminho dos estúdios e sinalização sonora nas roletas. Isso é só para viabilizar o que vem em seguida. Antes de entrar no set, converso em profundidade com o diretor artístico, Carlos Araújo. E, nas gravações, diretor e atores vão me informando sobre a posição de cada um e várias outras minúcias, desde a cor do tapete e a localização precisa da cadeira onde um personagem vai se sentar até o lugar onde a câmera se encontra naquele exato momento.
     Ao entrar para a equipe de Todas as Flores, fiz questão de me mexer para que essa minha experiência se estendesse a outros setores da empresa. Tenho muito orgulho de dizer que, hoje, a gente já conta com consultores, preparador de elenco, operador de áudio, atores, uma turma de pessoas com deficiência que trabalha duro e muito bem. Sei que não seria escalada para uma novela de prestígio apenas por ser cega. A qualidade do meu trabalho é determinante. Sou a única cega da minha família, nasci assim, com uma distrofia chamada retinose pigmentar. Cresci em uma favela da Zona Norte carioca e tive uma infância boa. Claro que era café com leite em algumas brincadeiras, mas nunca deixei de participar, ainda que tenha ouvido frases que me feriram ao longo do percurso. Não esqueço quando um professor me disse, no ensino médio, que não dava aula a alunos com deficiência. Ninguém faz ideia de quanto machuca.
        Sou mãe de um menino de 2 anos e estou grávida de novo, de vinte semanas. Imagine que, nos dias de hoje, ainda olham para mim e acham que sou incapaz de exercer a maternidade. Pensam que meu marido é pai e mãe, apenas porque não enxergo. Sofro com isso. Adoro ser mãe. Na primeira ultrassonografia desta segunda gestação, cheguei ao exame uma hora antes. Como estava demorando, procurei saber a razão do atraso e falei que era deficiente. Tinha direito à prioridade por lei. A atendente chamou meu marido, sem se dirigir a mim, e disse que lá todo mundo era preferencial. Quando vamos ao restaurante, perguntam a ele o que eu quero, e não a mim. Mal sabem que meu ouvido é apuradíssimo e que meus olhos são minhas mãos. Ainda falta à sociedade compreensão sobre diferenças. Abertura à diversidade é chamar para o baile, mas a verdadeira inclusão é deixar escolher a música.

(Fonte: Revista Veja, Editora Abril, edição 2823, ano 56, nº 1, 11 jan. 2023, p. 69) – Adaptado


O que motivou a escrita do texto foi

DRIBLO MINHAS LIMITAÇÕES
Nathalia Santos, 30, como é ser cega e atuar como assistente de
direção da novela Todas as Flores, da Globo

    SEMPRE FUI FASCINADA pela televisão, mas não me via trabalhando na área. Aconteceu por acaso. Dez anos atrás, Regina Casé cutucou no Twitter: “Quem quiser ir ao Esquenta, comenta aqui”. Eu comentei, acabei indo ao programa e fiz um tour pelos bastidores. Eles tinham uma biblioteca itinerante com um livro de Jorge Amado em braile, e Regina perguntou se alguém na plateia conseguiria fazer a leitura. Me candidatei. Ela aí quis saber como havia aprendido braile e respondi que era cega, o que ela ainda não tinha notado. “Como assim, cega?”, disse com aquela espontaneidade dela. Ficamos amigas e ali começou minha história no mundo do entretenimento. Virei pesquisadora do Esquenta, depois engatei em programas jornalísticos, até chegar à função atual – assistente de direção de uma novela, a primeira com minha deficiência na história da emissora.
      Driblo obstáculos o tempo todo. O mundo ainda não está preparado para quem não enxerga. Meu trabalho só é possível graças ao time que me ajuda em vários terrenos, a começar pelas adaptações físicas que fizeram para que eu possa desempenhar minhas tarefas. O pessoal da cenografia, por exemplo, criou plantas dos cenários em alto relevo, para me familiarizar com o ambiente onde atuo. A equipe de figurino produziu pranchas com detalhadas descrições, e a turma de sistemas de tecnologia personalizou programas para uso do leitor de tela. Instalaram também um piso tátil no caminho dos estúdios e sinalização sonora nas roletas. Isso é só para viabilizar o que vem em seguida. Antes de entrar no set, converso em profundidade com o diretor artístico, Carlos Araújo. E, nas gravações, diretor e atores vão me informando sobre a posição de cada um e várias outras minúcias, desde a cor do tapete e a localização precisa da cadeira onde um personagem vai se sentar até o lugar onde a câmera se encontra naquele exato momento.
     Ao entrar para a equipe de Todas as Flores, fiz questão de me mexer para que essa minha experiência se estendesse a outros setores da empresa. Tenho muito orgulho de dizer que, hoje, a gente já conta com consultores, preparador de elenco, operador de áudio, atores, uma turma de pessoas com deficiência que trabalha duro e muito bem. Sei que não seria escalada para uma novela de prestígio apenas por ser cega. A qualidade do meu trabalho é determinante. Sou a única cega da minha família, nasci assim, com uma distrofia chamada retinose pigmentar. Cresci em uma favela da Zona Norte carioca e tive uma infância boa. Claro que era café com leite em algumas brincadeiras, mas nunca deixei de participar, ainda que tenha ouvido frases que me feriram ao longo do percurso. Não esqueço quando um professor me disse, no ensino médio, que não dava aula a alunos com deficiência. Ninguém faz ideia de quanto machuca.
        Sou mãe de um menino de 2 anos e estou grávida de novo, de vinte semanas. Imagine que, nos dias de hoje, ainda olham para mim e acham que sou incapaz de exercer a maternidade. Pensam que meu marido é pai e mãe, apenas porque não enxergo. Sofro com isso. Adoro ser mãe. Na primeira ultrassonografia desta segunda gestação, cheguei ao exame uma hora antes. Como estava demorando, procurei saber a razão do atraso e falei que era deficiente. Tinha direito à prioridade por lei. A atendente chamou meu marido, sem se dirigir a mim, e disse que lá todo mundo era preferencial. Quando vamos ao restaurante, perguntam a ele o que eu quero, e não a mim. Mal sabem que meu ouvido é apuradíssimo e que meus olhos são minhas mãos. Ainda falta à sociedade compreensão sobre diferenças. Abertura à diversidade é chamar para o baile, mas a verdadeira inclusão é deixar escolher a música.

(Fonte: Revista Veja, Editora Abril, edição 2823, ano 56, nº 1, 11 jan. 2023, p. 69) – Adaptado


No início do segundo parágrafo, a autora do texto comenta que o mundo não está preparado para as pessoas que não enxergam e apresenta as adaptações que foram feitas em seu trabalho, que são, EXCETO:

A INACREDITÁVEL HISTÓRIA DO PRIMEIRO CARRO DE SÍLVIO SANTOS



Pela descrição de Carlos Alberto, primeiro carro de Sílvio Santos era como esse modelo Fotos: Richard Spiegelman - Flickr

  Esta história foi contada pelo humorista Carlos Alberto da Nóbrega, no Flow Podcast, como o primeiro carro comprado por Silvio Santos. À época, no ano de 1957 ou 1958, o apresentador do humorístico A Praça é Nossa cursava Direito em Santos, cidade onde o Dodge 1939, almejado pelo jovem Senhor Abravanel, estava à venda.

  Ao que a história dá a entender, Sílvio Santos não dirigia naquela época, ou não tinha habilitação, já que Carlos Alberto foi solicitado para levar o Dodge 1939 até a cidade de São Paulo. O primeiro fato surreal é que o hoje milionário,dono do SBT, chegou a Santos a bordo de um ônibus da Viação Cometa por volta das 11 horas.

  O Dodge 1939 pertencia ao jogador de futebol Del Vechio, do Santos Futebol Clube, que antecedeu Pelé. Carlos Alberto e Sílvio Santos foram até São Vicente, na Baixada Santista, para comprar o carro. “Quando cheguei na casa dele (Del Vechio), vi o carro e falei “Sílvio, você não vai levar esse carro!, porque ele estava um bagaço”, contou o humorista.

  Carlos Alberto disse que o Dodge 1939 era um conversível, mas sequer tinha cor definida: “Não era marrom, era ferrugem. Não tinha cor, mas o Sílvio comprou.” O apresentador da “Praça” não se lembra qual era a moeda vigente na época, muito menos quanto Sílvio Santos pagou pelo “possante”, mas garante que foi muito barato, tipo uns 5 mil.

  O carro podia estar em um estado deplorável, mas, no auge dos seus 20 anos, Carlos Alberto tratou de abrir a capota do conversível (manualmente!). Se a ideia era “ficar bonito”, o estado do carro não permitiu tal façanha. “O motor estava ruim e eu falei “Sílvio, esse carro não vai subir a serra'”, temeu.

  As portas do Dodge 1939 estavam tão bambas, que Sílvio Santos precisava segurá-las com os braços abertos. Para isso, o jovem Abravanel precisava ficar pertinho de Carlos Alberto no banco inteiriço do veículo. O humorista se lembra que estava na Praia do Gonzaga quando, na frente de um bar, um frequentador viu a cena e soltou um palavrão, contou às gargalhadas.

  Mas tudo pode piorar. Eis que começou a chover, com a capota do conversível aberta. “Eu falei pro Silvio que, se a gente parasse o carro, não íamos mais sair. Ele foi para o banco de trás, eu diminuí a marcha, e ele conseguiu fechar”. Ao imaginar essa cena envolvendo Sílvio Santos, os apresentadores do podcast, Igor Coelho e Cris Paiva, deram boas risadas.

  O melhor é como essa epopeia acabou. Por incrível que pareça, o carro conseguiu chegar em São Paulo. Carlos Alberto explica que, no fim do Largo do Arouche, onde ficava a Rádio Nacional, destino da dupla, existia uma “cena” de compra e venda de carros. Ao passar ali, Sílvio Santos recebeu uma proposta pelo Dodge 1939.

  O jovem Abravanel pediu para Carlos Alberto parar o carro. O comprador perguntou quanto ele queria e Sílvio Santos disse algo como R$ 7 mil. “O cara pagou, nós fomos a pé para a Rádio Nacional e ele ganhou R$ 2 mil em duas horas”, concluiu Carlos Alberto.

Disponível em: https://www.vrum.com.br/aceleradas/silvio-santos-primeiro-carro/ Acesso em: 02 mar. 2023 (Adaptado)




Em: “O carro podia estar em um estado deplorável, mas, no auge dos seus 20 anos, Carlos Alberto tratou de abrir a capota do conversível (manualmente!).”, o verbo destacado está flexionado no

A INACREDITÁVEL HISTÓRIA DO PRIMEIRO CARRO DE SÍLVIO SANTOS



Pela descrição de Carlos Alberto, primeiro carro de Sílvio Santos era como esse modelo Fotos: Richard Spiegelman - Flickr

  Esta história foi contada pelo humorista Carlos Alberto da Nóbrega, no Flow Podcast, como o primeiro carro comprado por Silvio Santos. À época, no ano de 1957 ou 1958, o apresentador do humorístico A Praça é Nossa cursava Direito em Santos, cidade onde o Dodge 1939, almejado pelo jovem Senhor Abravanel, estava à venda.

  Ao que a história dá a entender, Sílvio Santos não dirigia naquela época, ou não tinha habilitação, já que Carlos Alberto foi solicitado para levar o Dodge 1939 até a cidade de São Paulo. O primeiro fato surreal é que o hoje milionário,dono do SBT, chegou a Santos a bordo de um ônibus da Viação Cometa por volta das 11 horas.

  O Dodge 1939 pertencia ao jogador de futebol Del Vechio, do Santos Futebol Clube, que antecedeu Pelé. Carlos Alberto e Sílvio Santos foram até São Vicente, na Baixada Santista, para comprar o carro. “Quando cheguei na casa dele (Del Vechio), vi o carro e falei “Sílvio, você não vai levar esse carro!, porque ele estava um bagaço”, contou o humorista.

  Carlos Alberto disse que o Dodge 1939 era um conversível, mas sequer tinha cor definida: “Não era marrom, era ferrugem. Não tinha cor, mas o Sílvio comprou.” O apresentador da “Praça” não se lembra qual era a moeda vigente na época, muito menos quanto Sílvio Santos pagou pelo “possante”, mas garante que foi muito barato, tipo uns 5 mil.

  O carro podia estar em um estado deplorável, mas, no auge dos seus 20 anos, Carlos Alberto tratou de abrir a capota do conversível (manualmente!). Se a ideia era “ficar bonito”, o estado do carro não permitiu tal façanha. “O motor estava ruim e eu falei “Sílvio, esse carro não vai subir a serra'”, temeu.

  As portas do Dodge 1939 estavam tão bambas, que Sílvio Santos precisava segurá-las com os braços abertos. Para isso, o jovem Abravanel precisava ficar pertinho de Carlos Alberto no banco inteiriço do veículo. O humorista se lembra que estava na Praia do Gonzaga quando, na frente de um bar, um frequentador viu a cena e soltou um palavrão, contou às gargalhadas.

  Mas tudo pode piorar. Eis que começou a chover, com a capota do conversível aberta. “Eu falei pro Silvio que, se a gente parasse o carro, não íamos mais sair. Ele foi para o banco de trás, eu diminuí a marcha, e ele conseguiu fechar”. Ao imaginar essa cena envolvendo Sílvio Santos, os apresentadores do podcast, Igor Coelho e Cris Paiva, deram boas risadas.

  O melhor é como essa epopeia acabou. Por incrível que pareça, o carro conseguiu chegar em São Paulo. Carlos Alberto explica que, no fim do Largo do Arouche, onde ficava a Rádio Nacional, destino da dupla, existia uma “cena” de compra e venda de carros. Ao passar ali, Sílvio Santos recebeu uma proposta pelo Dodge 1939.

  O jovem Abravanel pediu para Carlos Alberto parar o carro. O comprador perguntou quanto ele queria e Sílvio Santos disse algo como R$ 7 mil. “O cara pagou, nós fomos a pé para a Rádio Nacional e ele ganhou R$ 2 mil em duas horas”, concluiu Carlos Alberto.

Disponível em: https://www.vrum.com.br/aceleradas/silvio-santos-primeiro-carro/ Acesso em: 02 mar. 2023 (Adaptado)




Os antônimos das palavras destacadas estão corretamente identificados entre parênteses, EXCETO em:

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