No que se refere a ciclos biológicos de invertebrados ca...
O protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, pertencente a família Trypanosomatidae, espécie causadora da doença de Chagas, foi encontrado pela primeira vez no intestino de triatomíneos, em 1908 por Carlos Chagas. Atualmente sabe-se que que o protozoário flagelado tem como hospedeiros inúmeros hemípteros hematófagos da família Reduviidae.
NOS HOSPEDEIROS VERTEBRADOS
Em vertebrados o parasito apresenta duas formas: tripomastigotas sanguícolas e a amastigotas intracelulares. As formas tripomastigotas sanguícolas estão presentes no sangue periférico de mamíferos, podendo ser do tipo delgado ou fino (20 µm de comprimento por 1 µm de largura), no qual penetram nas células do hospedeiro, passando a ser amastigotas, ou são combatidas pelo sistema imunológico, e o tipo largo (até 15 µm), no qual permanecem por muito tempo no sangue e não invadem as células, resistindo ao sistema imunológico e caracterizando períodos crônicos de infecção, além de muito infectantes para os triatomíneos.
O número elevado de tipos largos pode ser mortal para o hospedeiro. Os tipos delgados podem parasitar diversos tipos celulares, causando complicações no sistema fagocítico mononuclear, nas fibras musculares cardíacas, esqueléticas, lisas e células nervosas. As formas amastigotas podem aparecerem em formato ovóide ou fusiformes.
Ciclo: Tripomastigota sanguícola ? amastigota ? tripomastigota
NOS HOSPEDEIROS INVERTEBRADOS
O ciclo nos triatomíneos se inicia quando o inseto ingere o sangue de um vertebrado infectado com tripanossomos sanguícolas, onde irão se desenvolver na cavidade intestinal do inseto. No estomago, outras formas ocorrem como epimastigotas e esferomastigotas, e outras degeneram. Quando os parasitos se instalam permanentemente na porção posterior do intestino médio, encontram-se na forma epimastigotas, extremamente sensíveis as variações de temperatura dos vertebrados, portanto, a proliferação é alta em insetos pois possuem a temperatura favorável para a sobrevivência e reprodução das formas epimastigotas, mantendo a infecção por todo ciclo de vida do inseto. Alguns flagelados epimastigotas que senguem o fluxo intestinal, se fixam ao revestiemento epitelial. Os epimastigotas podem sofrer metamorfose para a forma tripomastigota, estas capazes de parasitar vertebrados.
Referência: REY, L. Parasitologia: parasitos e doenças do homem nos trópicos ocidentais. 4ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013, p.295-304.
Natália (Bióloga)
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