No que se refere a ciclos biológicos de invertebrados ca...
A doença conhecida como esquistossomíase pode possuir três agentes etiológicos: espécie Schistosoma mansoni, espécie Schistosoma haematobium e espécie Schistosoma japonicum. A espécie S. mansoni ocorre na África, América do Sul e nas Antilhas. A doença no Brasil é popularmente conhecida como "doença do caramujo" ou "barriga d'água", devido principalmente ao fato de que o hospedeiro intermadiário desses platelmintos parasitos são moluscos de água-doce do gênero Biomphalaria.
O CICLO DO Schistosoma mansoni
O humano ou outro mamífero infectado pelo S. mansoni, comporta a forma adulta do parasito em suas veias, de preferência nas vênulas do plexo hemorroidário superior e nas ramificações mais finas das veias mesentéricas, local onde as fêmeas põem seus ovos. Os ovos podem atravessar a mucosa intestinal e serem eliminados do hospedeiro juntamente com as fezes.
Quando ocorre a defecação próximo ou diretamente a reservatórios hídricos de água-doce, como rios, lagos, lagoas entres outros, as larvas eclodem dos ovos e são chamadas de miracídios. Se moluscos do gênero Biomphalaria habitarem o mesmo ecossistema aquárico no qual nadam os miracídios, estes serão atraídos em direção aos moluscos através de sinalizadores químicos difundidos na água. Os miracídios ao invadirem o corpo do molusco, se transformam em esporocistos, e posteriormente em cercárias por poliembrionia.
As cercérias abandonam o molusco e nadam para a superfície (mecanismo natural que aumenta as chances de encontrar um hospedeiro, pois geralmente bebem água nas beiras de rios), ao encontrarem um mamífero que possam parasitar, penetram na pele ativamente, se transformando em esquistossômulos.
Os esquistossômulos que não forem mortos pela imunidade inata, são direcionados para a circulação sanguínea, onde podem chegar no coração ou pulmões (onde também podem ser combatidos pelo sistema de defesa do organismo do hospedeiro), quando conseguem atingir o fígado, os esquistossômulos se alimentam de sangue no sistema porta intra-hepático, femêas e machos acasalam-se e migram para a vênulas contra a corrente sanguínea da veia porta e veias mesentéricas e assim o ciclo se inicia novamente.
Referência: REY, L. Parasitologia: parasitos e doenças do homem nos trópicos ocidentais. 4ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013, p.436.
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