A. tal c...
Escherichia coli
Bacterium coli foi isolada de fezes de crianças por Theodor Escherich em 1885. Em 1920 esta bactéria passou a denominar-se Escherichia coli e as evidências de que poderia ocasionalmente causar gastroenterites com uma taxa de mortalidade significativa em crianças foram aumentando. Em 1940, foi estabelecido o papel de E. coli como bactéria patogénica entérica e foram definidas medidas para o seu controlo pelos países desenvolvidos. A indústria alimentar também reconheceu a importância desta bactéria pelo que desde o início do século XX é utilizada como organismo indicador de contaminação fecal em água e em alimentos.
A maioria das estirpes de E. coli não representa qualquer perigo para o seu hospedeiro. No entanto, algumas estirpes causam diarreia e são classificadas com base nos seus factores de virulência, mecanismos de patogenicidade, sindromas clínicos e serologia. Actualmente, consideram-se E. coli enteropatogénicas (EPEC), E. coli enterotoxigénicas (ETEC), E. coli enteroinvasivas (EIEC) e E. coli enterohemorrágicas (EHEC), onde se inclui E. coli O157:H7, os principais grupos de E. coli patogénica associada ao consumo de alimentos.
As bactérias do género E. coli são Gram-negativas que pertencem à família Enterobacteriaceae, . As células têm a forma de bastonetes (bacilos) e podem ser imóveis ou móveis por flagelos.
Algumas estirpes de E. coli conseguem crescer em ambientes com temperaturas entre 7 e 46°C e têm uma temperatura óptima de crescimento (temperatura à qual a taxa específica de crescimento é máxima) entre 35 e 40°C. Contudo, E. coli cresce em intervalos de temperatura mais apertados, com uma temperatura mínima de crescimento de 8ºC e uma temperatura máxima de 44 a 45ºC, a temperatura óptima de crescimento é de 37ºC.
O efeito do pH no crescimento depende do tipo de ácido presente. E. coli consegue crescer a pH 4,5 ajustado com ácido clorídrico mas não consegue crescer a esse mesmo pH quando ajustado com ácido láctico. Em queijo com valores de pH abaixo de 5,4 as estirpes patogénicas não conseguem crescer.
O limite mínimo de aw que permite o crescimento de E. coli é 0,95. O crescimento pode ocorrer em meios (ou alimentos) com concentrações de NaCl de 6,5%. Concentrações de 8,5% são consideradas inibitórias.
E. coli é uma bactéria anaeróbia facultativa (cresce em presença ou na ausência de oxigénio).
Tal como Salmonella, E. coli é destruída por irradiação. A presença de oxigénio aumenta o efeito letal da irradiação, que é máximo a temperaturas entre os 45 e os 55ºC.
O principal habitat de E. coli é o tracto intestinal dos humanos e de outros animais de sangue quente. A maioria dos serogrupos de E. coli faz parte da flora comensal do intestino dos mamíferos. No entanto, certos serótipos são patogénicos para o Homem e para outros animais e estes não são considerados como fazendo parte da flora intestinal normal. A transmissão das infecções causadas por E. coli seguem principalmente três vias: o contacto directo com animais, o contacto com humanos e o consumo de alimentos contaminados.
Navegue em mais questões