Em um programa de entrevista na televisão, o indigenista Orlando Villas Boas contou um fato observado por ele em uma aldeia Xavante, que retrata bem a característica educacional entre os índios. Orlando observava uma mulher que fazia alguns potes de barro. Assim que a mulher terminava um pote, o filho dela, que estava ao lado, pegava o pote pronto e o jogava ao chão, quebrando o objeto. Imediatamente, ela começa a fazer outro e, novamente, depois de pronto, o filho repetia o mesmo ato de jogar o pote no chão. Esta cena se repetiu por sete vezes até que Orlando não se conteve, aproximou-se da mulher Xavante e perguntou por que ela deixava o menino quebrar o trabalho que ela havia acabado de terminar. No que a mulher índia respondeu: "Porque ele quer.". Diante deste contextos e sob a ótica da História da Educação Brasileira, pode-se afirmar que quando os jesuítas chegaram no atual Brasil,
trouxeram a moral, os costumes e a religiosidade europeia. O modelo educacional dos jesuítas sofreu uma ruptura com a chegada da Família Real. Desde a vinda dos jesuítas, a educação no Brasil foi privilegio da uma elite dominante e sempre esteve voltada à estratificação e à dominação social; até hoje a maioria não precisa aprender, basta frequentar os bancos escolares e entender a rotina. O Ratio Studiorum é um plano de estudos introduzido no Brasil Colonial pelos jesuítas, no qual as instruções eram direcionadas aos mestres e alunos com extrema disciplina e rigor em aplicações das normas. Tal metodologia estava em consonância com a metodologia da educação praticada pelos índios.
interromperam com a educação indígena e edificaram escolas regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de Loiola, o Ratio Studiorum que estabelecia que a escola deveria servir aos interesses do Estado. A instrução jesuíta renovou os métodos e o processo de ensino, tendo por objetivo servir aos interesses civis e políticos do Império Luso. O Ratio Studiorum é o método pedagógico adotado pelos jesuítas, instituído no Brasil Colonial, e até hoje sua estrutura sobrevive ainda que um pouco modificada.
desmantelaram a educação indígena e instituíram o conhecido Método Lancaster, ou do "ensino mútuo", no qual um aluno treinado (decurião) ensinava um grupo de dez alunos (decúria) sob a rígida vigilância de um inspetor. Até os dias de hoje muito tem se mexido no planejamento educacional, mas a educação continua a ter as mesmas características impostas no período colonial, que é a de manter o status quo para aqueles que frequentam os bancos escolares.
não trouxeram somente a moral, os costumes e a religiosidade europeia; trouxeram também os métodos pedagógicos. A educação que se praticava entre as populações indígenas não tinha as marcas repressivas do modelo educacional europeu. Esse método funcionou absoluto de 1549 a 1759, quando uma nova ruptura marca a História da Educação no Brasil: a expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal. Eles ensinavam a ler, a escrever, a compreender a bíblia e adotar o Português como língua, pois as escolas foram criadas com o intuito de domar os indígenas aos moldes europeus.
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