Considerando os determinantes do substantivo, pode-se afirmar que, no início da narrativa, a traíra era realmente, para o protagonista, “um peixe”, conforme aponta o título do texto; mas, no desenrolar da trama, ele já poderia se referir à traíra como “o peixe”, como comprova a passagem “– E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...”, porque:
no início da narrativa, a indeterminação de sentido do artigo em relação ao peixe é usada para criar expectativa em torno da história, apontando para o distanciamento entre o protagonista e o peixe em questão. Logo depois, o artigo objetiva criar ambiguidade, dupla interpretação sobre isso.
no início da narrativa, o artigo faz referência precisa ao peixe, para atribuir um caráter mais pessoal, com forte conteúdo reflexivo, e mostrar a importância do peixe para o protagonista. Logo a seguir, o que se quer é a representação da voz que fala numa perspectiva mais impessoal.
no início da narrativa, o peixe é um desconhecido, igual a outros que a personagem principal viu. Depois, o artigo individualiza o peixe, não se trata mais de qualquer peixe, mas daquele ao qual a personagem se afeiçoou.
no início da narrativa, o artigo é usado com a finalidade de particularizar o ser ao qual se refere. Em seguida, generaliza o ser, aproximando-o do protagonista.
no início da narrativa, o artigo é utilizado para construir e manter presente a ideia de proximidade e cumplicidade entre o peixe e o protagonista. Depois, com a morte do peixe, o ar t igo assume uma caracter íst ica de distanciamento entre os dois.
Artigo "O".
No plural "OS", faz alusão aos peixes de forma direta, especificando e afirmando que existia varios peixes (... os peixes), e logo após, o artigo "O" no singular, especifica um unico peixe.
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