Soneto do Amor Total Amo-te tanto, meu amor... não cante

Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te enfim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinícius de Moraes. Livro de sonetos. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1957, p. 73-74.


Em relação ao texto precedente, julgue o item subsequente. 


Tanto o tom exaltado, repleto de ressonâncias, quanto o tema e a forma de estruturação dos versos nas estrofes permitem classificar o poema como parte da poesia inicial de Vinícius de Moraes, impregnada de religiosidade e misticismo neossimbolistas.

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